Grito Mudo
Não li num rosto a alegria de sorrir...
Eram traços de dor a cobrir cada poro
Um sim contráriamente encoberto
Pelo nojo de um olhar ameaçador que se adora
De quem ama desinteressadamente.
Era a ejaculação do desespero...
Não só sentir
Mas um expelir da alma.
Como que a morte do que ainda não nascera...
De quem quer e tem, mas não pode.
Era um olhar que não mentia
Que falava marcadamente da vida...
Da vida que a vida não tinha
Da vida que a própria vida obscurecera.
Era pelo amor que a voz muda gritara...
Pelo nome cuja entidade não conhecera ainda
Mas que a espera não apagava
Nem desiludia.
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